Daphne

Daphne

EstiloRock
Cidade/EstadoQueimados / RJ
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Imagem de RicardoRicardoVoz, Guitarra
Imagem de JonJonVoz, Baixo
Imagem de ÍcaroÍcaroVoz, Guitarra
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Nascida na segunda metade de 2008, o estilo da banda Daphne acompanha a origem de seu nome: permanece uma incógnita, até para seus membros - o que de forma alguma é demérito, uma vez que, como dizia Oscar Wilde, "definir-se é limitar-se". E a atmosfera sedutora do nome feminino faz com que a palavra limitação desapareça lentamente do vocabulário da banda.

A princípio, pode-se pensar que o "fazer música" do quinteto se baseia em princípios do hardcore, com suas guitarras viciadas acompanhadas por uma voz que não se define entre a ira juvenil e a depressão incoerente. No entanto, o primeiro Ep da banda (por enquanto apenas em formato digital disponibilizado no site Palco Mp3) existe para mostrar os fragmentos vários do caleidoscópio de influências, que vão da bossa moderna do Los Hermanos até o peso equilibrado do Alexisonfire, e nas linhas melódicas da banda recebe novos tons e atinge diferentes campos. É o caleidoscópio girando, girando...

Pretensão é coisa que passa longe de suas canções. As melodias, assinadas por seu vocalista Ricardo, optam pela simplicidade no arranjo, mas que adquirem inocentes e paradoxais elaborações rítmicas comuns às bandas de Indie Rock. A honestidade ganha o jogo - e a simpatia vem de bônus. Ricardo e companhia só cantam/tocam o que lhes faz sentido, e as músicas do Ep mostram exatamente o sentido que a banda segue, a passos leves e descompromissados com rótulos.

Constam no Ep as seguintes canções:

1) Espelho: Bem-humorada e positiva, a música fala basicamente de "tentar não errar pra ver mais uma vez o sol nascer". É de uma pegada punk animadora e reserva nos segundos finais uma sensacional sequência de riffs que saem das mãos do guitarrista Ícaro, também dividindo os vocais com Ricardo. A letra, assinada pelo vocalista e pelo baixista Jon, fala do que é talvez o tema preferido da banda: a relação entre homem existencialista e mundo moderno, que fica clara em versos como "eu vou me encarar até meus olhos sangrarem" ou "não somos uma máquina que não pode errar".

2) Vidro: Alternando entre altos e baixos melódicos, Vidro é talvez a música mais bem construída da banda. A letra mantém o espírito reflexivo de Espelho, mas se aprofunda na emoção: a boa cozinha entre baixo, bateria (assumida por Jean) e guitarras de Ícaro e Diogo só faz melhorar o clima da canção, que em seu sensacional e fragmentado refrão diz "e não sabe o que fazer / e não sabe o que sentir / achar que a vida é uma Tv / onde todos são pagos pra sorrir". Mais uma vez é a simplicidade a favor do resultado agradável, que conta ainda com um clímax inusitado - e perfeito para ser tocado ao vivo, como última música de um show.

3) O Hoje Já Se Foi: De longe a música mais pesada da banda, O Hoje Já Se Foi se vale do paradoxo colocado no título pra dar vez a uma melodia genuinamente punk rock, com Ricardo cantando em seu melhor momento, além da presença de Ícaro e Jon nos vocais, no qual o segundo participa com os berros que rasgam o prólogo da canção e regem seus momentos mais pesados. A bateria de Jean é marcial, e combinada às guitarras envenenadas de Diogo e Ícaro, só faz confirmar a agressividade da música que pouco a pouco vai assentando a poeira. Começa com um berro e termina com um suspiro - quase que literalmente. A letra, assinada apenas pelo baixista, entrega versos como "conseguir o que deseja só depende de você e não depende de Deus" e pode-se resumir em uma mensagem simples: não deixe pra depois, cara! Faça-se valer nesse mundo!

4) Borboletas: É a música mais emocional do Ep (emocional, e nunca emo). Estruturalmente é que mais se aproxima-se de Vidro, porém trabalha com melodia e letra mais fortes que todas as outras da banda, preocupando-se em criar imagens na cabeça do ouvinte. Solos, baixo marcante, bateria potente e acordes dedilhados se fundem aos versos mais fortes de todo o Ep: "minhas noites são sempre as mesmas/ao farfalhar das borboletas negras/perdido no mundo como tu me deixou/curando feridas que não curam por qualquer amor".

5) Passagem: A derradeira canção do primeiro trabalho da Daphne é agradavelmente diferente de todas as anteriores, pois cede espaço ao swing sem nunca abandonar a essência do grupo. O refrão fica responsável por lembrar ao ouvinte que ele está ouvindo uma música da Daphne, mas Passagem caminha por uma estrada diferente, em que Ricardo fala por toda a banda: "agora vejo que não somos tão frágeis/ao resistir aos ataques do vazio/eu me entreguei facilmente aos detalhes".

Reconstruindo o percurso do Ep em paralelo com a história da banda, é coerente até os ossos: do positivismo de Espelho ao nascer da aurora anunciada em Passagem, caminhando entre paredes de vidro, mundos que se vão e punhais de falsos amores, a banda Daphne assina sua maturidade com tintas de honestidade e a única pretensão de fazer bem o que deve ser bem feito. Vale a pena tentar, como diriam os rapazes!

- Por Brayan Carvalho, amigo e ouvinte da banda Daphne.

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