VOZ SEM MEDO

VOZ SEM MEDO

Cidade/EstadoBrazlândia / DF
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EU AJOELHO E VOCÊ REZA

Composição: VOZ SEM MEDO.
Vida do crime vida sem volta Muitos já morreram, o inferno não tem portas Meu mano foi, eu sei, e eu vou também Mas antes disso, vingança, bandeira branca, amém Na mente vem lembranças de tudo que passamos juntos Primeiro ferro, primeiro assalto Tudo deu certo, confesso Até me deu um gelo, um frio na barriga Sei la, sensação esquisita Gelada, suava Foi tudo muito rápido, quando eu vi, já era Joga a carteira e os doca fora A grana a gente racha, rapidinho da o tempo Vamos na boca buscar um preto Passar na feira, comprar uma peita Tomar um caldo e aquela breja Mais tarde o fervo é certo la no meu barraco Avisa os cara e as dona, pra quem não sabe É la na 5, duas casas depois da esquina É la pertin da vila, de frente pro mato Rap no volume máximo, a vizinhança estranha O cheiro é forte, e vai longe Quem mistura não segura a onda Cerveja, maconha, muita lombra Tem cara que se acha o super homem, tem dona Fazendo até strip tease, é sempre assim Sempre tem uma, querendo aparece, morro de rir! Dizem que não existe mulher feia, você que bebeu pouco Depois das duas está tudo mundo muito louco Quem compra e quem passa, quem rouba e quem mata O sequestrador e o refém Eu não sou mais eu, ninguém não é mais ninguém Cada um encorpora um personagem É por isso que as drogas é uma viagem Nós dois temos os mesmos defeitos Sabemos tudo a nosso respeito Somos suspeitos de um crime perfeito Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos Eu só queria um traçado, presidente, com cortesano Engraçado, todo dia a mesma coisa A cena se repete, aí zé Tira esse som e põe um rap, fim de tarde tanto faz Segunda, terça, quarta Os moleque lá na quadra Batendo bola, os moleque vindo da escola Calça jeans, camisa cinza, caderno na mão Não, nem rola! Prefiro uma quadrada, um boné aba reta, uma pulseira De prata Os home implica kit peba Os mano defende, favela! Foda-se, é o meu estilo A viatura passa, bica, quase quebra o pescoço Dou uma olhada, viro o rosto, finjo que não é comigo Bope! Os cara bate forte Atirador de elite cheira a morte O que é barra pesada, notícias da madrugada Assaltaram o mercado, a padaria, a farmácia, a lojinha Ao lado Mortes de adolescentes, briga entre gangues, acerto de conta O resultado: O caje tá lotado, o cemitério tá lotado Neguin não vem aqui em cima e eu não vou la em baixo Mas o futuro a Deus pertence Nordestino às vezes apronta Até um dia, a gente se tromba Filho de nordestino Não deixa passar batido Estilo cangaceiro, em pleno centro-oeste Se vai na testa (pah), a morte é certa Se vai na espinha, cadeira de rodas pra toda vida Mas tem os irmãos que fogem disso E se entregam a Jesus Cristo Não bebe, não fuma e passa a noite na igreja Nas minhas palavras tenho dom de mágoa, inveja Não se é coisa do diabo, ou se é saudade da liberdade Nós dois temos os mesmos defeitos Sabemos tudo a nosso respeito Somos suspeitos de um crime perfeito Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos O que é fato é certo, o que é certo eu não nego Quando a fita é contigo Quando quem morre é seu amigo Não importa se é herói ou bandido Aí eu quero ver Sangue de barata ferver Revolta, medo, coragem Uma mistura de sentimento Pronto, bebe o veneno Corrente que nunca quebra A maldição da favela Noite de Lua, mês de julho, venta, faz frio A natureza percebe a tristeza Capela vazia, parede sem tinta, banco de madeira De longe escuto a choradeira Aqui fora, meia duzia de pessoas Lá dentro, só sua irmã e sua mãe Olho sua fisionomia, parece estar com raiva Trairagem é foda, atiraram pelas costas Ousadia? Vieram aqui em cima Mas pode ter certeza Que quem fez isso vai pagar caro, muito caro Mataram meu outro lado, o irmão que eu não tive Mas faço uma promessa, você sempre vai estar comigo Até o fim da minha vida Dou valor na nossa parceria Um cai pra dentro, outro vigia A noite é Lua, o Sol é dia Cara e coroa, uma moeda Eu ajoelho e você reza! O santo é Cosmo e Damião A palavra união Quem deve paga, qual é o preço? Você esta morto e eu estou preso Nós dois temos os mesmos defeitos Sabemos tudo a nosso respeito Somos suspeitos de um crime perfeito Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos

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