Sugestivo o termo Power Trio. Existe certa magia em tocar neste formato. Tudo soa mais poderoso, os vazios dão um charme minimalista, sem falar naquela adrenalina de cada nota ter que ser precisa. Bart , Leo e Henrique , e mais ninguém. Mas nem isso foi intencional. Em maio de 2008, registramos Mônica (Um segredo...) , Jardim dos Insensatos (C.R.S.T.) e Sempre Mais , após seis meses de trabalho no formato convencional (2 gtrs, 1 bx e 1 bt). Fizemos vários testes com diferentes bateristas até conhecermos Henrique que caiu como uma luva e nos fez acreditar que seria possível reeditar a ambiência criativa quase ilimitada de Mundo Parabolico (antigo Projeto meu e de Leandro). Nos primeiros ensaios fiquei no baixo, até que Samuel Rangel, irmão de Leo, meu chapa e um cara sempre próximo do nosso trabalho, assumisse o posto. Essa breve passagem rendeu como frutos a gravação das três músicas citada acima e a participação no UNIFEST 2008, onde defendemos João (veja o vídeo) e alcançamos as semifinais do festival universitário e âmbito estadual.
Já éramos uma banda quando ficamos mais uma vez sem baixista. Daí decidimos continuar a tocar o barco. Essa decisão implicaria um certo problema. As nossas composições, ou a grande maioria dela não se sustentavam sem o som de duas guitarras que eu e Leo vínhamos fazendo há anos. Tocar sem a outra guitarra parecia ser um empecilho. Foi quando Leo pegou o baixo e como toda banda de Rock que se preze, começamos, pela primeira vez na televisão, a tocar uns covers por pura diversão. De repente e quase sem querer, tínhamos formatado um projeto novo, em que todas as canções (os covers e os alfacers) buscam estabelecer um elo entre nós, músicos, e vocês. Decidimos batizar essa história com o título de uma música antiga que meio-mundo conhece através de uma gravação meia-boca que fizemos entre 2002 e 2003, acredito. Na época quase nunca tocávamos ela em show, acreditando que ela mereceria lá seu arranjo de corda do maestro Jaques Morelembaum. Nós a conhecíamos internamente como A Música Sem Nome, mas como isso podia soar um pouco blasé começamos a chamá-la de Contra-Ferrugem. Agora, como quem embaralha as cartas para jogar de novo, uma banda que se chama CONTRA-FERRUGEM tem no repertório a presença constante de uma música, uma música ainda sem nome e tocada sem nenhum glamour, mas que continua linda. Efeito Contra-Ferrugem!