Vento Terral

Vento Terral

EstiloMPB
Cidade/EstadoSão Paulo / SP
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Comunidade

OuvintesRodrigo Alarcon e outros 1 ouvintes
Rodrigo AlarconRodrigo Alarcon
Fã-clubeRoselves Alves e outros 5 fãs
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Numa época em que a mídia dá tanta atenção a bandas de pop/rock independentes (muitas delas, merecedoras com justiça dessa atenção) e a outros gêneros musicais muito populares no Brasil (como axé, pagode, sertanejo ou mellody), nunca é demais lembrar que a soul music brasileira está entre as melhores feitas no mundo. Um país rico em sua diversidade musical, o Brasil sempre manteve uma tradição de produzir black music de alta qualidade. E isso desde as décadas de 60 e 70, numa trajetória que revelou uma nobre linhagem de músicos, compositores e cantores. E esta nobre linhagem chega aos dias atuais, sem dúvida alguma, através das belíssimas e swingadas canções do grupo paulista Vento Terral.

Tudo começou na cidade de Guarulhos (Grande São Paulo), há cerca de nove anos. É lá, nesse "braço" industrial da megalópole paulistana, que Rodrigo Alarcon (vocais), Zachi (guitarras), Mancini (violão), Marcus Vinicius (baixo) e Neto (bateria), vem burilando sua música com esmero, para enfim agora poder mostrá-la ao grande público. A paixão comum de todos, óbvio, são os nomes clássicos e lendários do soul brasileiro, como Tim Maia e banda Black Rio. Mas no caldeirão de influências do grupo há espaço também para Jamiroquai e Djavan. "O engraçado é que quando começamos, fazíamos covers do Rage Against The Machine", se recorda bem humorado o vocalista Rodrigo. Porém o que fala mais alto mesmo no coração do quinteto são os ritmos swingados de um Max De Castro ou do mestre Cláudio Zoli.

Tendo um repertório todo autoral de doze canções e aperfeiçoando nuances melódicas e rítmicas com esmero através de muitas horas de ensaios e dezenas de shows pelo circuito noturno paulistano (além de já ter tocado em um festival em Belo Horizonte), o Vento Terral começou a angariar admiradores para a sua música. Tuto Ferraz, do célebre coletivo Grooveria, se encantou pelo som do grupo e assumiu a produção do disco de estréia, que chega ao público até o final deste ano. E o requisitadíssimo tecladista Xuxa Levy (que já tocou com Lulu Santos e Ed Motta, além de já ter produzido trabalhos da diva soul Paula Lima) participa de todas as faixas do álbum.

Um álbum repleto de canções prontas para seduzir os fãs de soul e também para estourar nas rádios (as que ainda se dignam a tocar música brasileira de qualidade) e na web. Da malemolência conduzida por violões em "Linha de frente" (que abre o disco), passando pelo bucólico swing pop de "Alguém sempre tem razão" e chegando a melodias ao mesmo tempo contagiantes e aveludadas - e aí você pode escolher entre "Ilha Azul" ou "Em cena" (que conta com os delicados vocais da portuguesa Fabíola Mourinho) - a futura estréia do Vento Terral não fica nada a dever aos grandes discos da história da soul music nacional.

O vocal de Rodrigo tem a inflexão e o "balanço" necessários que o gênero pede, e sai natural, sem artificialismos. Assim como a própria música da banda. "Nosso intuito é gravar o que é real, sem maquiagem", diz Rodrigo.

Com certeza. E é fazendo soul belíssimo, real e sem maquiagem que o Vento Terral vai manter a tradição da soul music brasileira, aquela que encanta os sentidos e seduz nossos corpos e almas.

Humberto Finatti,
Autor do blog Zap'n'roll (www.dynamite.com.br) e colaborador da revista Rolling Stone

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