VENTO MOTIVO

VENTO MOTIVO

EstiloPop Rock
Cidade/EstadoSão Paulo / SP
Plays878plays

Comunidade

OuvintesFlavio Marques e outros 0 ouvintes
Flavio Marques
Fã-clubePagodão de Ouro e outros 4 fãs
Pagodão  de OuroPagodão  de OuroPagodão  de OuroPagodão  de OuroPagodão  de Ouro

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Imagem de Fernando CeahFernando CeahVoz, Violão, Guitarra
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Imagem de Alex NoronhaAlex NoronhaBaixo

Release

VENTO MOTIVO LANÇA SEGUNDO CD

A alegria superficial, a tristeza escondida, sonhos e inércia, e o abismo entre o medo do escuro e o desejo pelo desconhecido (uau!) dão a tônica ao novo trabalho. Assim como uma intrigante questão: estamos apáticos porque o país está ruim? Ou o país está ruim porque estamos apáticos? Melancólicas para alguns, a banda prefere chamar as novas composições de “alegres e sarcásticas, granadas contra o conformismo”.
Sarcasmo que começa pelo título: “Há Há”, exatamente com esta grafia, sem qualquer sinal de interjeição. “Há Há” de “conta outra”, “faz-me rir”, “vou fingir que eu acredito”. O sorriso bobo, amarelo, de quem ouviu uma piada sem graça, daquelas que a gente fica sem saber se é pra rir ou chorar. Como na “um tanto ramoniana” OS TRÊS PATETAS (“que os cidadãos entreguem as armas à polícia, e os bandidos os demônios ao primeiro bispo”), uma das mais ousadas pérolas do disco cujo refrão (“executivo, legislativo, judiciário, os três patetas me fazem rir”) já demonstra que a galera do VM não deu risada à toa em “Há Há”. Preferiu o ponto de vista crítico em versos como os da quase punk O MELHOR DO BRASIL (“que a mesma lei não se aplique a todo mundo já não surpreende mais ninguém”), o ataque explícito aos discursos prontos e ao bom-mocismo hipócrita em PORRA, FILHO DA PUTA (“só falta você me dizer que se masturba de camisinha”), a injeção de ânimo nos acomodados na climática HOJE É DIA DE SALVAR O MUNDO (“parado no trânsito por falta de gás, empurre-se se for capaz”), o chacoalhão nos conformados em A DIREÇÃO MAIS INDICADA (“quem está feliz, no fundo não se conforma, sua casa precisa sempre de uma boa reforma”), e a lidar com os próprios fantasmas em EU NÃO VOU MORRER ASSIM (“ninguém brinca com a sorte, ninguém procura a morte, ninguém se fode brincando com fogo pra se queimar”). Mas…pera lá…música de protesto? Não! No fim das contas o lado pop-romântico de Fernando Ceah – ops! - acaba bem representado nas quase baladas PRA QUEM QUISER OUVIR (“espero uma cela com janela pra lua, porque a minha culpa é toda sua, meu amor”) e SÓ O COMEÇO (“antes de morrer, viver, só por uma vez amar”) e na de fato balada DE CERTO SÓ A DÚVIDA (“não fomos embora, e nem nos despedimos, a vida é quem foi partindo”).
Do primeiro petardo, que rendeu dois video-clipes, um deles com a participação de Marcelo Nova, dois singles nas rádios (Luciana Vai Pra Guerra esteve entre as vinte músicas mais executadas em todo o Brasil em 2003) e uma série de shows e entrevistas, fica uma boa recordação. Se os conceitos envolvidos permanecem intactos, a sonoridade da banda muda em relação ao CD anterior, sem perder seus atributos originais. Muito mais rock, o VM deixa de lado técnica e experimentalismos para dar lugar aos sentimentos, e produzem um disco coeso, maduro e cheio de energia, em que o clima de banda transparece. São 11 canções arejadas e eficientes, talvez resultado do próprio método de produção. Tudo foi concebido com a banda arranjando e tocando ao vivo, a segunda guitarra suprida por Ricardo Boeira, que já acompanhava o trio em shows. E registrado do mesmo modo, sem pirotecnias tecnológicas e overdubs aos montes.
“Há Há” é mais um disco auto-produzido do VENTO MOTIVO. Assinam Fernando Ceah e Carlos Perren, multi-instrumentista, compositor, produtor e espécie de guru, responsável pelo sentimento exacerbado em tudo que a banda realiza. E o que se ouve é um grupo de rock capaz de imprimir personalidade própria mesmo quando se propõe a transformar em hardcore uma popular canção gaúcha (VENTO NEGRO), gravada originalmente pelos “Almôndegas”, de Kleiton e Kledir em 1974. Ou quando reinventa a própria obra, caso de QUEM INVENTOU O BRASIL, pinçada do primeiro disco, que ganhou arranjo moderninho. Referências? Não sei. Rick Bonadio certa vez os chamou de oitentistas, tipo Capital, Legião, Engenheiros. A prateleira é a mesma. Mas Vento Motivo é Vento Motivo, rock nacional por excelência. Vento Motivo é uma banda de pop-rock, sem amarras.

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