Muitas pessoas contam suas histórias em músicas, e muitas músicas contam as histórias de muitas pessoas. E, em um destes momentos, quando a vida por si só exigia uma trilha adequada a um momento específico, me deparei com o material da Nunca Mais, Brigitte.

Com influências marcantes do rock dos 60 e 80, misturadas ao rock inglês que anda tocando atualmente, as músicas traduzem um momento muito atual da juventude. O som cheio, as composições onde cada instrumento parece ter sido colocado exatamente no momento correto, para que tudo possa ser ouvido sem sobreposições ou confusões musicais, acompanham letras que, mais do que simples hits são histórias pessoais de todos aqueles que já experimentaram o gosto doce e amargo do amor e da vida.

A qualidade instrumental surpreende pela gama de composições onde cada músico consegue mostrar seu potencial sem precisar desmerecer os demais instrumentos. E a voz que acompanha as canções embala quem as ouve em uma viagem para dentro de seus mais secretos sentimentos, cantando para todos o que não se consegue dizer tão facilmente na vida real.

O local onde a banda se reúne é quase um templo ao rock. O apartamento onde dois dos integrantes moram traz quadros e discos de bandas pelas paredes, vários instrumentos por todas as peças e um %u2018estúdio%u2019 onde a banda ensaia e grava. Tal ambiente parece embalar as características %u2018ao vivo%u2019 facilmente identificadas em seu primeiro EP - Picles.

Com um toque característico do rock gaúcho, Nunca Mais, Brigitte não é só mais uma banda sulista com chances de crescer. A banda chega preenchendo um dos poucos espaços ainda vazios dentro do rock nacional, além de ceder espaço às mais diversas interpretações sobre a origem de nome tão incomum.

Ana Bülow